Registros das sínteses de minhas leituras ativas nos conteúdos do tema 1.
Primeiramente, gostaria de registrar que a ferramenta de leitura social foi um verdadeiro encanto. É uma tecnologia que permite o registro dos pensamentos laterais que brotam das boas leituras. A possibilidade de compartilhamento dos pensamentos e reflexões de colegas acerca de uma leitura da forma graficamente agradável como apresentada no curso foi revolucionária para mim. Esta definitivamente é uma ferramenta que pretendo levar aos cursos com os quais tiver a oportunidade de contribuir.
A seguir, compartilharei meus comentários sobre o material disponibilizado pelos professores, relativo ao tema 1. Saliento que todas as imagens e citações são de propriedade intelectual dos ministrantes do curso, que pode ser encontrado em: https://pein.com.br/.
“APRESENTAÇÃO” – slides
Frente a este slide, uma colega identificou que temos um acesso de quase 100%, afirmando que “quem não está conectado, não está no mundo. Adicionei comentário propondo que devemos sempre pensar em estratégias para a inclusão dos excluídos digitais, sob pena de agirmos como aprofundadores das desigualdades. Esse slide me chamou especial atenção por seu segundo parágrafo, pois a questão das desigualdades me é muito cara, e está sempre presente em minha mente enquanto acesso o conteúdo do curso. Penso que a educação deve ter por norte a diminuição das desigualdades, mas os recursos tecnológicos que estudamos não me parecem populares o suficiente para cumprir essa função, apesar do alcance da conectividade no país Comentei que, na minha percepção, este fenômeno acontece não somente com a educação em sentido estrito, mas também com a aprendizagem em sentido amplo. Percebo muitos desenvolvimentos na aprendizagem institucional do TJRS durante este período. Essa questão pra mim é mais fundamental à aprendizagem criativa que a exploração de ferramentas tecnológicas “inovadoras”. A nossa educação (ao menos a disponível para a esmagadora maioria da população) parou no paradigma passivo. Sem a superação desse paradigma, as ferramentas tecnológicas podem se tornar meros instrumentos de treinamento passivo. Gostei muito da função de “mediador de aprendizagem”. Desenhar caminhos é um termo bem em voga (o tal do design), mas me passa a impressão de reforçar a passividade. Quem deveria desenhar o caminho seria o aluno. A expressão trabalho útil me pareceu demasiado utilitarista. Destoa inclusive da imagem escolhida para a ilustração, que mostra um cubo mágico montado (o que poderia ter muitas conotações positivas, mas dificilmente seria classificado como “útil”. Eu preferiria trabalho com significado, trabalho significativo.
“EDUCAÇÃO EM MOVIMENTO DE TRANSFORMAÇÃO” – texto
“Está havendo uma rápida expansão dos cursos a distância e dos cursos híbridos. Os cursos a distância no país receberam mais matrículas do que os presenciais, tanto na rede pública quanto na privada. Em 2022, mais de 3,1 milhões de pessoas ingressaram em cursos EaD, enquanto apenas 1,6 milhões ingressaram no ensino presencial. As instituições privadas concentraram a maioria dos alunos matriculados no Ensino Superior como um todo: 76,9% e as públicas registraram somente 23,1%.”Está havendo uma rápida expansão dos cursos a distância e dos cursos híbridos. Os cursos a distância no país receberam mais matrículas do que os presenciais, tanto na rede pública quanto na privada. Em 2022, mais de 3,1 milhões de pessoas ingressaram em cursos EaD, enquanto apenas 1,6 milhões ingressaram no ensino presencial. As instituições privadas concentraram a maioria dos alunos matriculados no Ensino Superior como um todo: 76,9% e as públicas registraram somente 23,1%.”
Este excerto me remete à necessidade de políticas de inclusão digital, sob pena de a tecnologia se colocar como barreira, em vez de ponte
“Ao mesmo tempo, há uma nova percepção de que se aceleram as mudanças em todos os campos da vida e, especificamente, na educação, há uma pressão para que as escolas sejam mais interessantes, que a aprendizagem seja mais ativa, criativa, flexível e diversificada, com apoio de tecnologias cada vez mais avançadas.”
Neste trecho, para mim, não ficou claro quem exerceria a pressão referida. Os alunos?
“Ser professor é uma profissão cada vez mais exigente. A experiência docente no dia a dia é mais complexa, diferenciada, abrangente. Ela acontece em mais espaços, tempos, com novas metodologias, tecnologias digitais mais sofisticadas, com maior interação com as famílias, a cidade e o mundo. Há muitas pesquisas, publicações, compartilhamento de práticas e inovações na educação. Tudo está disponível (embora não para todos), mas não é fácil escolher, entre tantas possibilidades, quais são as melhores para cada momento. Cada aluno tem seu jeito, expectativas, motivação, seu ritmo.”
A partir deste parágrafo, refleti que, se não é fácil ao professor fazer a curadoria da informação, imagina para os estudantes. Também eles estão sendo bombardeados por informação, muitas vezes com menos recursos para uma seleção consciente do que tenha qualidade que os docentes.
“O impacto não será homogêneo, mas todas as instituições evoluirão, aprendendo umas com as outras, com projetos coincidentes em muitas dimensões, mas com ênfases diferentes, de acordo com os valores e públicos que atendam. No Ensino Superior o impacto será muito mais profundo.” (grifei)
Valores e Valore$…
Esta imagem foi escolhida por mim, conforme proposta inserida na atividade. Achei muitíssimo interessante a ideia de propor uma interação que exige reflexão, pesquisa e interação, por parte do aluno, com uma entrega relativamente fácil e acessível, sem deixar de ser altamente mobilizadora.
“As plataformas digitais caminham para adaptar-se mais às diversas necessidades dos estudantes e tornam visíveis para todos”
Discordo parcialmente. Os diversos percursos e ritmos podem ser acompanhados, mas não são as plataformas que tornam isso possível, senão a atenção do docente. Exemplifico com os atendimentos individuais prestados pela prof. Dênia – ali, ela tem contato com a trajetória do aluno até a primeira entrega. Fora disso, vendo só a entrega via plataforma, dificilmente precisará as dificuldades de cada um.
“Algumas IES pensam o híbrido de forma ampla, com maior integração entre docentes, áreas de conhecimento, espaços físicos, digitais, de experimentação, de simulação e profissionais. Esse é o caminho do híbrido: mesclar todas as possibilidades para atender a todas as situações necessárias e a todos os estudantes, de acordo com seu perfil. Mais do que híbrido prefiro o termo “flexível”, que implica em redesenhar essas possibilidades de combinar, integrar, adaptar, atender a cada um, a pequenos e a grandes grupos.”
Em minha opinião, o termo flexível é bem melhor, pois traz um valor ao adjetivo, que qualifica um modelo.
“A IA não substituirá os professores no que eles têm de melhor: a interação humana, a empatia, o apoio emocional e o ensino criativo, que continuam sendo essenciais para uma educação de qualidade. Precisam ser muito competentes intelectual, emocional e digitalmente e também ter apoio e condições de exercer a profissão dignamente”
Acredito que a falta de condições de exercer a profissão de professor dignamente é o grande entrave ao desenvolvimento da educação pública brasileira.
“Seu papel é decisivo na formação de crianças e jovens para que aprendam a pensar, questionar, comparar, a desenvolver valores humanistas, democráticos e sustentáveis. Mas todos interagirão cada vez mais com plataformas e aplicativos com Inteligência artificial para continuar sendo relevantes neste mundo híbrido, fi-digital, tão desigual.” (grifei)
Me pareceu que a escolha do vocábulo “relevantes” tenha sido inapropriada, a ponto de soar cruel. Penso que a relevância de um ser humano neste mundo não possa depender de interação digital ou nível educacional. A relevância constante do cuidado humano direto, por exemplo, não se mede nesses termos. Eu trocaria por “visíveis” ou alguma outra palavra melhor. Mas pode ser uma declaração de valores, caso o autor discorde da minha premissa.
“Temos que rever o currículo neste período, com maior autonomia docente e intenso compartilhamento de experiências, dificuldades, formas de engajar os estudantes através das diversas plataformas e aplicativos digitais, mas também da criatividade em chegar aos mais carentes com roteiros ativos e criativos impressos, sonoros e audiovisuais adequados para cada necessidade.”
Este parágrafo me deixou especialmente satisfeita ao lembrar da necessidade de alcançar os mais carentes.
Minha experiência com o ensino ativo online
Minha experiência com o ensino ativo foi apenas no modo online, nunca na modalidade híbrida.
Meu primeiro contato com o ensino ativo online se deu como docente (tutora) em cursos ofertados pelo Centro de Formação e Desenvolvimento de Pessoas do Poder Judiciário do RS – CJUD, entre os anos de 2018 e 2022. Naquele momento, a plataforma utilizada era própria do Tribunal, e se chamava NAVi (Núcleo de Aprendizagem Virtual). Era uma plataforma pouco intuitiva, e os alunos tinham bastante dificuldade em superar os primeiros contatos. Percebi no período de ambientação, os alunos ou procuravam o auxílio da tutoria, ou acabavam evadindo. Também ficou bastante evidente a expectativa dos alunos de receberem retornos em alta velocidade, com a imediatidade característica das mensagens instantâneas, 24h por dia.
Meu contato mais recente com o ensino ativo online foi na realização de cursos de pós-graduação lato sensu à distância. Havendo cursado toda minha graduação em modalidade presencial e em método predominantemente passivo, chamou minha atenção como o resultado “aprovação” não refletia, necessariamente, os objetivos do curso. Na forma como estavam organizados os cursos que fiz, o grau de profundidade de apreensão do conteúdo estava totalmente a cargo do tempo investido do aluno para além das atividades básicas que garantiam a certificação.
Em ambas as experiências, os cursos contavam com aulas gravadas, materiais de leitura, indicações bibliográficas e de links. No curso do Tribunal, também haviam aulas síncronas que, na minha opinião, fortaleciam o engajamento dos alunos através do senso de conexão e pertencimento. As atividades avaliativas eram provas objetivas e trabalhos descritivos, além de fóruns de discussão, nos dois casos. Os fóruns de discussão são ferramentas que me pareceram subutilizadas pelos alunos, talvez pelo método de valoração da tarefa não considerar a troca de ideias, e sim o mero registro.